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Porto-alegrenses gastam menos tempo no trânsito

25 de outubro de 2013

Pesquisa do Ipea mostra que em Porto Alegre maioria das pessoas leva até 30 minutos no deslocamento de casa para o trabalho

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta quinta-feira a análise dos Indicadores de Mobilidade Urbana da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2012. Considerando a posse de veículos privados por unidade da federação, Santa Catarina (74,3%), Rondônia (68,2%) e Paraná (67,7%) foram os estados que apresentaram maior índice. Já Alagoas (32,4%) e Amazonas (33,8%), têm os menores índices de motorização por domicílio. 

No Rio Grande do Sul, o estudo mostrou que 56% da população possui carros e 15,5% motos, o que gera um percentual de 61,5% dos habitantes com veículos privados. Mesmo com esse alto percentual, que é semelhante à média brasileira (54%), Porto Alegre é a metrópole que possui o maior número de trabalhadores que gastam tempo inferior a 30 minutos no deslocamento entre a casa e o trabalho, e também o menor tempo médio de percurso. 

Entre as hipóteses levantadas pelo Ipea para esse resultado, que não condiz com o sentimento do porto-alegrense que se desloca diariamente pelas vias da Capital, está a configuração da cidade, que apresenta melhor distribuição das atividades econômicas, e consequentemente dos empregos, em toda a sua área, além dos atributos positivos do sistema de trânsito e transporte. Como era de se esperar, Rio de Janeiro e São Paulo apresentam os menores percentuais de trabalhadores que realizam viagens casa/trabalho com tempos de deslocamentos curtos, em função da extensão dessas metrópoles e maior complexidade dos seus sistemas de mobilidade urbana. 

Outra constatação da pesquisa, é que, apesar de ter melhorado a renda e aumentado a posse de veículos automotores, a população pobre ainda enfrenta os maiores problemas de mobilidade urbana nas grandes cidades. Entre as pessoas com renda per capita de meio a um salário-mínimo, 17% passam mais de uma hora no deslocamento casa/trabalho. Essa proporção é de seis pontos percentuais, superior à registrada nas famílias mais ricas (acima de cinco salários-mínimos). Os extremamente pobres (renda de até um quarto do salário-mínimo), por outro lado, passam, em média, menos tempo presos em engarrafamentos (58% gastam menos de 30 minutos). Essa situação, porém, reflete a falta de condições de mobilidade desse estrato da população, que se vê obrigado a trabalhar em locais próximos de casa por não poder pagar os custos do transporte público.

O estudo também ressalta a ineficácia das políticas de auxílio-transporte para as camadas pobres. De acordo com a Pnad, apenas 11% das pessoas extremante pobres recebem vale-transporte. “As classes baixas têm os maiores percentuais de informalidade no trabalho, de forma que a política do vale-transporte não atinge justamente quem mais precisa”, ressalta o texto. O documento conclui ser inevitável a tendência de aumento na taxa de motorização da população, especialmente com a contínua melhora na renda dos trabalhadores, o que gerará impactos sobre as condições de mobilidade e exigirá investimentos vultosos por parte dos governos em melhoria da infraestrutura de mobilidade nas próximas décadas.

Fonte: Jornal do Comércio/RS

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