BUENOS AIRES – O governo da presidente Cristina Kirchner será foco de protestos e paralisações de trabalhadores programados para quinta-feira por três das cinco centrais sindicais argentinas. As centrais sindicais peronistas – e, de forma paralela, grupos da esquerda – realizarão uma greve geral e manifestações para protestar contra a política de ajuste econômico da administração Kirchner. Os sindicalistas afirmam que a presidente Cristina “traiu” os ideais trabalhistas do peronismo.É a primeira vez que uma greve geral tem a coordenação conjunta da Confederação Geral do Trabalho (CGT) “rebelde”, comandada pelo caminhoneiro Hugo Moyano, a CGT “Azul e Branca”, liderada pelo sindicalista de bares e restaurantes Luis Barrionuevo (que conta com o respaldo de setores do peronismo dissidente), e a Central dos Trabalhadores Argentinos (CTA), chefiada pelo funcionário público Pablo Micheli.
Os analistas políticos calculam que a paralisação terá sucesso, já que aderiram à greve os sindicatos de ônibus urbanos e trens. No domingo, o sindicato de trabalhadores do setor aéreo confirmou participação na greve geral, incluindo técnicos aeronáuticos e controladores de trânsito aéreo, entre outros.
“Embora tenha se definido durante dez anos como progressista, nacional e popular, o governo aniquila os salários e transfere mais riqueza para aqueles setores que já têm de sobra”, afirmou Ricardo Cirelli, presidente da Associação de Pessoal Técnico.
A paralisação também atingirá o funcionamento dos caixas eletrônicos, a coleta de lixo, postos de gasolina e supermercados. “Ninguém se mexerá nesse dia”, promete o caminhoneiro Hugo Moyano.
A CGT também exige que o governo concorde com a realização de pelo menos duas negociações salariais neste ano, isto é, uma por semestre – embora alguns setores peçam uma renegociação a cada trimestre.
Os sindicatos também exigem que a administração de Cristina Kirchner apresente um plano claro de combate à inflação e criticam os ministros que nos últimos meses negavam a existência de uma escalada de preços.
Fonte: Ariel Palacios – Correspondente – O Estado de S.Paulo
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