Foi enviado a todos os servidores, no dia 09.06.2014, um PGE Notícias onde é informado pela Administração que a segunda parcela do reajuste de 13% obtido no ano passado foi implementada. Mencionaram ainda que estes valores foram somados aos reajustes concedidos em janeiro de 2012, que variaram entre 6,8%, para os cargos de nível superior (61,3% da categoria), e 11,53% para os servidores de nível médio (33,6% da categoria) e, por fim, atingem 35,33% concedidos aos cargos de nível fundamental (5,1% da categoria). Entretanto, não há ressalva quanto ao fato desses reajustes serem concedidos logo após a incorporação da produtividade ao salário básico do servidor a qual, a rigor, não agregou valor nenhum à remuneração de mais de metade da categoria, que não possuía vantagens pessoais.
Chama mais ainda atenção o despropósito de “comemorar” a concessão de um reajuste de 13%, obtido com a sistemática e ferrenha oposição da Administração da PGE e uma greve histórica na casa. Ainda, quanto a esta circunstância, a Administração tomou a mais desumana das medidas, que foi o corte do salário dos servidores, forçados a entrar em greve para obterem o que deveria ser dado, sem debate, pela casa: a reposição da inflação. A instituição que tanto fala em Direitos Humanos não hesitou um segundo em ir aos limites da desumanidade para impedir esse reajuste que agora ela comemora.
Mais grave noticiar tal fato em tom de comemoração, como se os 19% obtidos de reajuste pelos servidores de nível superior, que são mais de 60% da força de trabalho da PGE, não ficassem muito aquém da inflação do Governo Tarso, estimada pelo próprio em 26% para os quatro anos. Ou seja, a PGE comemora uma perda salarial da ordem de 7% para a maioria de seus servidores. Importante lembrar que esta perda teria sido ainda maior se tivesse respeitada a vontade da Administração da Procuradoria, à ocasião, de nada conceder aos servidores após a incorporação.
Não é demais lembrar que durante o Governo Tarso os procuradores receberam, por iniciativa da própria Administração da PGE, 26,26% de reajuste, atingindo sua tão sonhada paridade com os demais órgãos que exercem funções essenciais de justiça. A diferença entre a menor remuneração de servidor de terceiro grau e a menor de procurador, que no início desta administração era de 1 para 2, atingirá, ao final dela, a proporção de 1 para 3,5. Ou seja, a diferença remuneratória entre procuradores e servidores, neste governo, praticamente dobrou!
A informação veiculada foi seguida de um anexo de tabelas irreais, com remunerações que sequer os servidores vislumbram, primeiro porque não há nenhum servidor de nível superior nas três classes mais altas; segundo, porque existiu um esforço hercúleo da Casa em não permitir o avanço dos servidores na carreira, haja vista o funesto processo de progressões de 2013.
Sendo assim, há alguma coisa para o servidor comemorar?
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