Ainda não há candidatos e nem alianças oficializados, mas campanha eleitoral de 2018, para o governo do Rio Grande do Sul já está em pleno andamento na Assembleia Legislativa do Estado.
O pedido do governador Ivo Sartori para realizar um plebiscito sobre a privatização de estatais junto com as eleições de 7 de outubro precipitou o embate eleitoral dentro do parlamento gaúcho.
A oposição viu na proposta uma manobra de quem é candidato à reeleição e quer fechar o foco do debate eleitoral sobre um tema, as privatizações, para fugir de um debate sobre os erros e a falta de projeto do governo.
Até os partidos, como PP e PSDB, que integram a base aliada do governo e são a favor das privatizações, reagiram.
Também eles acham que juntando o plebiscito com a eleição geral, Sartori impõe um debate de seu interesse imediato, que tende a polarizar a campanha entre o governo e o PT, principal partido da oposição, em prejuízo de todos os outros candidatos.
Para Sartori, o plebiscito junto com a eleição tornou-se vital. Sem garantir as privatizações, ele não poderá assinar o acordo da dívida com o governo federal, ao qual dedicou todos os seus esforços.. Sem o acordo, seu governo vira pó.
Por outro lado, se conseguir o plebiscito, ele abre caminho para o acordo e ganha um discurso que dá sentido à reeleição.
Por isso, a votação sobre o plebiscito, que deve ocorrer até o dia 29 de maio, pode ser decisiva para o resultado das eleições de 7 de outubro.
O governador corre contra o tempo e a oposição faz manobras para retardar o processo e impedir que o plebiscito para autorizar as privatizações seja feito junto com a eleição de 7 de outubro.
Nesta-terça feira quando a mesa diretora ia colocar em pauta o pedido do governador para que a Assembleia convoque o plebiscito, o petista Nelsinho Metalúrgico, pediu vistas do ofício.
A oposição considera que até a terça-feira quando o deputado petista tem que devolver o documento, o projeto não está em tramitação. Já os governistas entenderam diferente. “O processo legislativo foi inaugurado”, entendeu o deputado Gabriel de Souza, lider do governo.
O governo já perdeu um prazo. Pela regra vigente, a convocação do plebiscito pela Assembleia teria que ser feita cinco meses antes. Ou seja: para se realizar junto com a eleição de 7 de outubro, o plebiscito teria que estar autorizado em 7 de maio.
O governo já encaminhou um outro projeto para reduzir o prazo entre a autorização e a realização do plebiscito, de cinco para três meses. Esse projeto tem até o dia 25 para ser votado. A partir daí começa a trancar a pauta.
O outro, que convoca o plebiscito, tem como data limite o dia 29 de maio.
Na nota oficial que emitiu depois da manobra oposicionista da terça-feira, o governo já deu o tom do seu discurso: ” Este não é um ato de oposição ao governo, mas de oposição ao Rio Grande. A definição sobre o futuro das estatais é urgente e fundamental”.
Fonte: Jornal Já
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