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Os números do IPE-Saúde

15 de outubro de 2014

A situação administrativa do IPE-Saúde e sua própria sobrevivência são assuntos frequentes na pauta cotidiana do funcionalismo estadual e acabam por gerar muitas dúvidas. Pensando nisso, a União Gaúcha divulga a seguir entrevista com o assessor da diretoria médica da autarquia, Paulo Gnoatto, analista de sistemas da Companhia de Processamentos de Dados do RS (Procergs) e que há mais de 10 anos atua no Ipergs. 
O objetivo desta notícia é esclarecer a respeito de temas como o andamento das negociações com os prestadores de serviços, a resolução de impasses e também sobre a continuidade de atendimento do plano de saúde que abrange mais de 1 milhão de usuários no Estado. 

Fala-se muito que o IPE-Saúde deixa de pagar procedimentos ou os “glosa” – termo utilizado para colocar pagamentos em estágio de apuração. Por que isso ocorre? 

O Sistema de Recursos de Notas (SRN) é uma medida estabelecida somente quando alguma cobrança feita pelo prestador (laboratório, hospital, clínicas, médicos, entre outros) não está de acordo com as normas estipuladas pelo plano. Na maioria dos casos em que o SRN é usado, as regras mínimas de auditoria não foram observadas, ou seja, há algum tipo de erro na cobrança dos procedimentos. 
Entretanto, os índices dos procedimentos que caem no SRN são muito baixos diante dos valores pagos aos prestadores de serviço. 

Qual é então a realidade, em percentuais, destas glosas? 

Atualmente, as glosas representam menos de 2% da folha mensal de pagamento do IPE-Saúde que fica em torno de R$ 130 milhões. 
Por exemplo, se pegarmos o período que vai de 2010 a agosto de 2014, 56 meses, o valor de glosas é de R$ 123 milhões. Deve ser ressaltado ainda que deste montante geral, R$ 58 milhões são de diferença de tabela (procedimentos cobrados acima do valor que o plano pratica) e não recursáveis, ou seja, os prestadores não deveriam considerar este valor como algo a receber. 
Assim, de quase R$ 7 bilhões pagos pelo Ipergs aos prestadores nestes quatro anos, de 2010 a 2014, as glosas representam na realidade 0,9%. É necessário ressaltar que este é um índice de glosa bem abaixo do praticado no mercado privado de saúde. 

E quais os motivos para esta cobrança diferente da tabela paga pelo plano? 

O Ipergs possui parametrizações de procedimentos, regras de auditoria que são verificadas conta a conta, e qualquer divergência com a cobrança representa uma glosa. 

Atualmente, quanto tempo o IPE-Saúde demora para pagar os prestadores de serviço? 

Posso afirmar que os pagamentos estão rigorosamente em dia, após a transmissão das contas, em 30 dias ele ocorre. O prestador tem como acompanhar o processamento das notas e o demonstrativo de pagamento pelo site do Ipergs. Nele, estão todas as informações, ou seja, para o prestador, ele é um site de trabalho. Além disso, podemos prever que, a partir de 2015, este fluxo de glosas vai ser normalizado, ou seja, caso a cobrança entre no Sistema de Recursos de Notas, ela será analisada e terá resposta no próprio ano, mediante recurso. 

Como estão as negociações com o chamado Grupo Paritário? 

Diversas questões estão sendo resolvidas positivamente com o Grupo Paritário – que representa as entidades médico-hospitalares do Estado. Trabalhamos sempre pensando na continuidade e manutenção do atendimento aos usuários. 
Sobre o SRN, foi um acordo tranquilo, apenas tivemos que adiantar alguns passos que já estavam previstos no fluxo do Instituto. A respeito da migração da atual tabela de procedimentos médicos do IPE para a chamada CBHPM (Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos) o plano está trabalhando junto com o Grupo Paritário para sua implantação. Este ponto deve ser solucionado até dezembro deste ano. Neste aspecto, é importante ressaltar que esta é uma transição complexa e que traz discussões bilaterais, pois também há procedimentos que não constam na CBHPM e para os quais o Ipergs dá cobertura. Nos demais aspectos, o Instituto reconheceu que os hospitais são credores de um montante em torno de R$ 24,5 milhões, referentes a um congelamento dos valores de medicamentos restritos somente ao uso em hospitais. Este montante será ressarcido até janeiro de 2015. 
A respeito da taxa de logística de medicamentos, foi feito um acordo pelo qual esta será distribuída da seguinte forma: 60% para logística e 40% serão migrados para remuneração de diárias e taxas. Gostaria de ressaltar ainda uma solicitação direta que fizemos aos representantes do Grupo Paritário: a de que os credenciados (profissionais de todas as instituições médicas e hospitalares) acolham de forma positiva os beneficiários do IPE-Saúde, pois o plano tem trabalhado em conjunto com os prestadores de serviço, realiza pagamentos em dia e é fundamental para o atendimento de mais de 1 milhão de gaúchos.

 

Fonte: União Gaúcha

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