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Paralisação de rodoviários atinge quatro capitais

28 de maio de 2014

A paralisação de rodoviários atinge quatro capitais do país na manhã desta quarta-feira (28): Rio, Salvador, São Luís e Florianópolis. A categoria reivindica reajuste salarial, benefícios e melhores condições de trabalho, como o fim da dupla jornada de motoristas que acumulam a função de cobradores.

Esta é a terceira paralisação dos rodoviários dissidentes no Rio, e começou nesta quarta com menor impacto que o esperado: segundo o Rio Ônibus, sindicato que representa as 43 empresas que operam no sistema de transporte coletivo da cidade, 90% da frota estava nas ruas no início da manhã. Passageiros ouvidos pelo G1na Central do Brasil enfrentavam filas e coletivos lotados, mas o número de veículos disponíveis era, de fato, muito superior ao dos outros dias de greve. O Metrô na Superfície – serviço complementar de ônibus do Metrô Rio – não estava funcionando no começo da manhã, o que prejudicava passageiros principalmente na Zona Sul. O impacto da greve na Zona Oeste havia diminuído por volta das 14h. Acompanhe a situação no Rio em tempo real.
O Rio Ônibus informou que vai entrar com um pedido no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para que o movimento grevista, convocado por um grupo dissidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Rio de Janeiro (Sintraturb), seja considerado abusivo, pois não foram respeitados os princípios e requisitos da lei de greve, como o aviso de paralisação com 72 horas de antecedência.
Nas últimas paralisações – a primeira, no dia 8, e a segunda, nos dias 13 e 14 – manifestantes depredaram mais de 700 ônibus. Apesar da falta de veículos, até às 16h30, não havia registros de ocorrências. Segundo a liderança do movimento grevista, não houve avanço nas negociações com as empresas. Os dissidentes rejeitam o acordo firmado em março entre o Sintraturb e o Rio Ônibus, que estabeleceu aumento de 10% no salário retroativo a abril, elevando o salário-base do motorista para cerca de R$ 1.950. Os rodoviários dissidentes pedem aumento de 40% – passariam a receber quase R$ 2,5 mil – e cesta básica de R$ 400 – era de R$ 100 e subiu para R$ 140. Outra reivindicação é o fim da dupla função, na qual motoristas também trabalham como cobradores. Segundo eles, o Sintraturb não consultou a categoria ao aceitar o acordo com as empresas, mas o sindicato nega.
Salvador
A capital baiana amanheceu sem ônibus pelo terceiro dia seguido. A Polícia Militar reforçou a segurança dos coletivos em garagens da cidade. Escoltados pela PM, alguns veículos começaram a deixar as garagens das empresas por volta das 7h. Por volta das 14h, um acordo que pôs fim à greve foi confirmado pelo diretor de Relações Institucionais do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador (Setps), Jorge Castro. Duas horas depois, ainda havia poucos coletivos circulando na cidade.
Há três dias, a população da capital tem recorrido ao transporte alternativo, como vans e mototáxis, e a 300 micro-ônibus que rodam nas principais avenidas. Na terça-feira (27), a Justiça bloqueou bens do Sindicato dos Rodoviários, e Salvador ficou sem um único ônibus da frota tradicional nas ruas. O julgamento do dissídio da categoria está marcado para as 10h desta quinta-feira (29). A última proposta feita aos rodoviários foi do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que ofereceu 9% de reajuste salarial e R$ 17 no ticket-alimentação, mas os rodoviários pedem 12% de aumento e jornada de 6h40, com descanso de 20 minutos. Siga a situação em tempo real.

 

São Luís
A capital maranhense amanheceu sem ônibus nas ruas pelo segundo dia seguido nesta quarta-feira. Não houve acordo entre patrões e empregados em reunião na noite de terça-feira. Uma nova negociação na Justiça do Trabalho deve ocorrer nesta quarta. A Prefeitura de São Luís descartou qualquer possibilidade de reajuste nas tarifas do transporte coletivo.
Os rodoviários apresentaram uma segunda proposta às empresas, diminuindo o percentual de reajuste de 16% para 11% e mantendo os pedidos de aumento do ticket-alimentação para R$ 500 por mês, inclusão de um dependente no plano de saúde e implantação de plano odontológico. Mesmo assim, os empresários não cederam. Uma nova reunião entre empresários e grevistas estava prevista para ocorrer às 16h.
Florianópolis
Desde a 0h até as 8h desta quarta-feira,apenas cinco ônibus saíram das garagens das empresas de transporte coletivo na Grande Florianópolis. Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Urbano da Região Metropolitana de Florianópolis (Sintraturb), Antônio Carlos Martins, as nove empresas da região e os 5 mil funcionários aderiram à paralisação.
A principal reivindicação da categoria é evitar uma possível demissão de 350 cobradores, em decorrência da automatização das catracas. A prefeitura nega que haverá demissão de trabalhadores do sistema. Nesta manhã, foram colocadas200 vans nas ruas para fazer o transporte da população na capital catarinense. Pela manhã o movimento era tranquilo na cidade. Durante a tarde, havia pontos de lentidão no Centro e no entorno da UFSC. Um homem foi flagrado jogando pedras em um ônibus que prestava serviço. Segundo a Polícia Militar e empresas, não houve registros de depredação e conflitos por conta da paralisação durante a manhã e a tarde desta quarta-feira.Uma assembleia está prevista para ocorer às 19h. Acompanhe a situação em tempo real.
Greve de metroviários aprovada em SP
O Sindicato dos Metroviários de São Paulo – que representa funcionários do Metrô nas linhas 1, 2, 3 e 5 da capital paulista – aprovou greve em assembleia realizada na terça-feira. A paralisação está prevista para a quinta-feira da semana que vem, dia 5 de junho.
Antes disso, porém, a categoria tentará uma conciliação na Justiça do Trabalho e fará uma assembleia, ambas no dia 4, e poderá trocar a greve por catraca livre (fazer com que os passageiros usem o transporte sem pagar). O sindicato pede 35,47% de reajuste (7,95% de inflação mais 25,5% de aumento real), elevação de 13,25% para o vale-refeição, vale-alimentação de R$ 379,80 (atualmente é de R$ 247,69), plano de carreira, Metrus Saúde para aposentados, reposição do quadro de funcionários e PR (participação nos resultados) igualitária. De acordo com os metroviários, após cinco reuniões de negociação dizendo não às reivindicações da categoria, a empresa ofereceu apenas 5,20% de reajuste.
Fonte: G1

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