O clima de tensão dominou Salvador na noite desta terça-feira (15), após os policiais militares decidirem entrar em greve. Os ônibus deixaram de circular na capital baiana após às 21h, e os trabalhadores noturnos foram liberados mais cedo. Temendo uma onda de violência, o governo do Estado já anunciou que pediu apoio à Força Nacional. Escolas e faculdades também suspenderam aulas.
Os militares se reuniram a portas fechadas, e a paralisação foi anunciada pelo presidente da Aspra (Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia), Marco Prisco, que disse que a proposta do governo foi rejeitada. Eles alegam que tentam um acordo com o governo há nove meses, com pedido de melhoras no plano de carreiras e reajuste.
O clima ficou tenso durante a assembleia, e parte dos cerca de 10 mil policias que foram ao encontro entoaram cânticos de “ô, ô, ô, a PM parou”. O deputado estadual Capitão Tadeu Fernandes (PSB), que também representa os militares, disse que o governo foi “tímido em suas propostas” e “não cumpriu a lei de isonomia entre ativos e inativos.”
Em nota divulgada no fim da tarde, a SSP-BA (Secretaria de Segurança Pública da Bahia) informou que vem “mantendo o diálogo aberto e franco com as associações representativas da Polícia Militar, se comprometeu a rever os pontos apresentados na proposta de modernização da PM, como o Código de Ética, o Plano de Carreira dos Praças e Oficiais e as promoções na corporação, antes das propostas serem enviadas para a Assembleia Legislativa.”
“Um documento foi assinado por mim, pelo comandante-geral e por um dos líderes das associações. Ficou decidido que estas propostas seriam assumidas pelo governo. Durante a deliberação da categoria, recebi uma ligação desta liderança, informando que estava tudo acertado para a aprovação do que havia sido acordado. Ainda assim, foi decretada a greve”, disse o secretário de Segurança Pública, Maurício Barbosa.
A secretaria informou que o governo “está tomando todas as providências para manter a segurança da população”. Barbosa explicou que foi também foi decretado termo de “garantia da lei e da ordem”. Em nota, o governo diz que apresentou novas propostas aos militares nesta tarde, entre os quais reajuste da gratificação de Condição Especial de Trabalho e rediscussão do novo Código de Ética.
Fonte: UOL Noticias
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