Começa nesta quarta-feira (23) a greve de professores e funcionários das escolas da rede pública estadual de ensino do Paraná, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato). A paralisação foi decidida na última assembleia dos educadores no dia 29 de março por mais de mil educadores. O primeiro ato previsto é um acampamento, às 9h, em frente ao Palácio Iguaçu, em Curitiba, onde fica a sede do governo do Paraná. Na rede pública estadual são 2.149 escolas, 1.366.251 alunos matriculados e 73.595 professores e pedagogos.
Segundo o APP-Sindicato, decisão foi motivada pela demora do governo em responder às demandas consideradas urgentes pela categoria, como um novo modelo de atendimento à saúde, pela não implementação dos 33% de hora-atividade para o magistério no início do ano letivo de 2014 e pelos descontos no auxílio-transporte.
Os educadores também cobram a implantação do Piso Nacional para o professor (mínimo de 8,32%), o reajuste no mesmo índice do Piso Regional (7,34%) para os funcionários de escolas, o pagamento das promoções e progressões em atraso, o fim do corte do auxílio transporte para os afastados por licença médica e melhoria do contrato de Processo Seletivo Simplificado (PSS).
Na terça-feira (22), a Secretaria de Estado da Educação informou que as escolas do Paraná deverão permanecer abertas tanto para os professores que queiram exercer o trabalho normalmente, quanto para atender os alunos. “Caso o aluno fique sem aula, a família deve exigir da escola um plano de reposição das aulas que faltarem”, diz um trecho da nota.
Em um esclarecimento divulgado também na terça-feira, a pasta diz que a implementação da hora-atividade pedida pelo sindicato está prevista para o próximo ano letivo quando os novos professores, que estão terminando o atual concurso, tenham assumido as funções. Conforme a secretaria, isso custará R$ 17 milhões por mês ao Estado e que, atualmente, os professores têm 30% de hora-atividade – o que representa seis aulas por semana sem interação com aluno.
Quanto ao aumento de 10% reivindicado pela categoria, a secretaria diz que o governo oferece um reajuste previsto na data-base, de 6,06%, e que o Paraná paga 70% a mais do que o piso nacional, que é de R$ 1.697,00 para 40 horas. Segundo o governo estadual, o salário inicial em 2013/2014 para 40 horas por semana, já com auxílio transporte, é de R$3.005,94.
Em relação à implantação das promoções e progressões pedidas pelo sindicato, o governo afirma que os professores e funcionários com direito – aproximadamente 22 mil profissionais –, começaram a receber em março e que a primeira parcela dos avanços devidos será paga no mês de maio. “Compromisso será totalmente quitado até o fim deste ano”, diz um trecho do esclarecimento emitido pelo governo.
O governo ainda garante estar em fase final de um concurso público para a contratação de 13,7 mil novos professores e pedagogos. De acordo com o governo, nos últimos três anos foram contratados 17.261 novos professores e funcionários aprovados em concurso público e outros 4,2 mil funcionários administrativos e de apoio, que aguardavam nomeação desde 2007.
Municípios do interior
Em Foz do Iguaçu, no oeste, professores se concentraram em frente ao Núcleo Regional de Educação por volta das 8h desta quarta-feira. De lá, seguirão em passeata até a Praça do Mitre, no Centro, onde devem ficar acampados até o fim da greve que deve afetar cerca de 35 mil alunos.
De acordo com o sindicato da categoria, a mobilização tem a adesão de 90% dos professores e funcionários da rede estadual de ensino na região. No Colégio Estadual Arnaldo Busatto, por exemplo, das 21 turmas da manhã, quatro estão tendo aulas.
Fonte: G1 Paraná
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