A despeito da opção de José Ivo Sartori por manter as informações da transição restritas a um seleto grupo de colaboradores, nas conversas com líderes empresariais ele tem dado sinais de que adotará medidas impopulares e que vai precisar de apoio para fazer o ajuste fiscal. O que isso significa na prática? Que o governo vai tentar evitar a expansão dos gastos, porque esgotaram-se as fontes heterodoxas de financiamento do déficit.
Com a previsão de que neste ano faltarão mais de R$ 5 bilhões para fechar as contas, Sartori tentará propor um pacto para evitar atrasos no pagamento da folha. Esse acordo inclui o congelamento de salários e a revisão de cada item das despesas para identificar onde é possível economizar.
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Gastos com diárias deverão ser cortados drasticamente e os cargos em comissão reduzidos em pelo menos 20%. Mesmo que o impacto financeiro seja mínimo, o corte de CCs tem o objetivo de sinalizar à sociedade que o governo está disposto a dar a sua parcela de contribuição.
O pacote de medidas amargas deve incluir o congelamento das nomeações de novos servidores, apesar da carência de policiais civis e militares e do clamor da população por medidas que aumentem a segurança. Nas escolas, um dos caminhos possíveis é a readequação do quadro, para melhor ajustar a relação entre número de professores e de alunos.
Como a margem para a redução das despesas é estreita, a saída mais óbvia para a crise é aumentar receita, mas isso não se faz por decreto. O governo tentará eliminar barreiras que travam o crescimento, entre as quais a burocracia para a obtenção de licenças, sobretudo as ambientais.
Como os recursos para investimento são escassos, o governo vai apostar em concessões e parcerias público-privadas. O problema é que o P de “público” fica comprometido diante da falta de recursos e da insegurança jurídica que espanta investidores. Além disso, os processos são lentos e, dificilmente, se conseguirá fechar uma PPP no primeiro ano de governo.
Fonte: Clic RBS
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