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Sem acordo com GDF, metroviários retomam greve nesta segunda

15 de abril de 2014

Metroviários do Distrito Federal decidiram retomar a greve por tempo indeterminado a partir desta segunda-feira (14), depois que a reunião entre os servidores e a autarquia no final da última semana terminou sem acordo. Segundo o Tribunal Regional do Trabalho, que mediou o encontro na sexta, o caso será levado para o Ministério Público do Trabalho e em seguida volta ao TRT para ser analisado e julgado nas próximas semanas.

Com isso, o sistema volta a contar com apenas sete trens nos horários de pico. Por volta as 6h30, a espera pelos veículos chegava a 30 minutos na Estação Central, na Rodoviária do Plano Piloto – normalmente, passageiros aguardam até três minutos.

A retomada da greve foi decidida após uma assembleia na noite deste domingo. Em entrevista à TV Globo, o secretário de Administração Pública, Vilmar Lacerda, disse que vai entrar com uma ação na Justiça ainda nesta segunda para pedir o aumento do número de servidores trabalhando durante a greve, o aumento no número de trens em circulação e o fim imediato da paralisação.

“[Não dá para aceitar] Um grupo muito pequeno de sindicalistas, que não chegou a 60, 70 pessoas [durante a assembleia], decidirem o futuro de uma população que tem direito ao transporte. O GDF não vai aceitar a intransigência desse sindicato que prejudica significativamente o transporte da nossa população”, afirmou.

Diretora do sindicato da categoria, Tânia Viana discordou da fala do secretário. “A intransigência a que ele se refere não parte do sindicato da categoria. Nós suspendemos a greve por 48 horas [até a audiência no TRT], depois esperamos mais 48 horas [para realizar a assembleia]. Precisamos de humanidade com os nossos colegas de trabalho.”Tânia já havia dito ao G1 que a tendência era de retomar a paralisação por tempo indefinido. “As principais reivindicações em relação à segurança dos empregados e dos usuários ficaram fora da pauta. Temos colegas que estão trabalhando nove horas e meia, sem refeição e em seis dias por semana, fazendo movimento repetitivo”, disse.

“As principais reivindicações em relação à segurança dos empregados e dos usuários ficaram fora da pauta. Temos colegas que estão trabalhando nove horas e meia, sem refeição e em seis dias por semana, fazendo movimento repetitivo”, disse Tânia.

O sindicato pedia redução de carga horário de 8 para 6 horas. O Metrô não aceitou.

Entre as propostas da empresa estavam a reposição do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que foi de 5% no ano passado, mais 1,5% sobre salários e benefícios, 110 bilhetes de quebra de caixa, implementação de previdência complementar a partir de janeiro de 2015 e correção de distorções salariais no período de 2005 a 2009.

A greve teve início à meia-noite do último dia 4. Segundo o secretário de Relações Intersindicais do Sindicato dos Metroviários do DF (SindiMetrô-DF), Dione Aguiar, a companhia interrompeu as negociações e negou quase todos os pedidos da categoria.

O Sindicato dos Metroviários reivindicava correção das distorções salariais do plano de carreira, redução da jornada de trabalho para seis horas, reajuste salarial de 10%, previdência complementar e aumento da quebra de caixa da bilheteria.

Na última quarta-feira (9), empresa e empregados participaram de outra audiência, também no TRT. Na ocasião, os metroviários aceitaram suspender a greve até a reunião desta sexta-feira. No fim de semana, o sistema vai operar sem alteração no efetivo.

Na segunda (7), a companhia entrou com uma ação pedindo para que o TRT julgue abusiva a paralisação, afirmando que não há argumentos que justifiquem o ato, pois todos os acordos coletivos estão sendo cumpridos.

Na ação, a companhia solicitou que 100% dos empregados trabalhem nos horários de pico e 80% dos funcionários atuem nos outros períodos. Desde o início da greve, 30% do quadro estão em serviço.

De acordo com o sindicato, o sistema conta hoje com 1.080 funcionários sendo 600 do setor operacional. Ao todo, 160 mil pessoas utilizam diariamente este tipo de transporte.

Protestos e prisões
Na última quarta-feira (9), 40 pessoas foram presas durante um protesto contra a demora e superlotação de trens do Metrô do Distrito Federal. O problema ocorreu depois que representantes do sindicato bloquearam o acesso de pilotos e invadiram a sala de controle dos veículos, no sexto dia de greve. Os passageiros deixaram a estação de Ceilândia Centro e bloquearam o trânsito da Avenida Hélio Prates.

Durante a manifestação, vidros de um ônibus também foram quebrados. A PM disse que precisou usar bombas de efeito moral para dispersar o grupo. Os detidos vão responder por desacato, resistência e dano ao patrimônio público.Um dos participantes do ato, Paulo César Tiago de Oliveira disse que a confusão começou ainda dentro da estação. “Quando o trem chegou em Ceilândia Centro, ele parou. Não deixaram o trem sair, fecharam as portas do metrô, não abriram, o pessoal começou a passar mal. Aí a polícia começou a jogar spray de pimenta com o povo dentro do metrô”, disse.Os manifestantes teriam se irritado com a situação, que provocou um atraso superior a uma hora, e danificado alguns trens, além de acionar o botão de emergência. Por prevenção, a direção da autarquia decidiu suspender a operação em três estações de Ceilândia, desenergizando a via.

Segundo o rapaz, os usuários começaram a quebrar os trens em resposta à situação. “Por revolta, começaram a quebrar o metrô. Eles pediram o retorno do dinheiro, mas [o Metrô] não devolveram os R$ 3. As pessoa se indignaram. Aí começaram a manifestação [de forma] pacífica, mas os policias chegaram com excesso, empurrando, desrespeitando o cidadão trabalhador.”

A sindicalista que invadiu a sala de controle do Metrô também foi detida. Segundo o sindicato, a autarquia havia convocado sem experiência ou afastadas do cargo pilotassem os sete trens que estavam em circulação durante a greve. A empresa disse que havia chamado ex-pilotos que ocupam atualmente outros cargos apenas para garantir o serviço.

Fonte: G1/DF

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