Igualdade, maiores oportunidades de trabalho e respeito foram a tônica das comemorações ao Dia Internacional da Mulher. A diretoria do Sindispge participou, na manhã da terça-feira, 8 de março, de dois importantes eventos em homenagem ao dia delas: o Jurídico de Saias, na PGE, e o lançamento do programa Mulher: Vida e Direitos, no Palácio Piratini.
O “Jurídico de Saias” é um grupo online composto por advogadas que atuam no departamento jurídico de grandes empresas no país. Participaram do evento as diretoras Giana Guerin, Lenara Giron, Márcia Soledade Nascimento e Regina Nunes Santos. O debate que foi aberto pelo Procurador-Geral Adjunto para Assuntos Jurídicos, Leandro Augusto Nicola de Sampaio, que trouxe aspectos históricos e sociais da luta feminina por igualdade e respeito em uma sociedade ainda machista.
O Procurador, em meio a dezenas de “saias” (expressão usada pelo grupo), disse estar consciente da discriminação existente na iniciativa privada, mas acredita que o mesmo não ocorra na Procuradoria Geral do Estado. A coordenadora Jurídica da Thyssenkrupp Elevadores, Ana Amélia Abreu, falou da história que marcou o 8 de março de 1857 quando um grupo de mulheres operárias de uma fábrica de tecidos, em Nova Iorque, fizeram uma greve por melhores condições de trabalho e por salários iguais aos dos homens. Como represália, as manifestantes foram mortas de forma violenta e criminosa, com incêndio provocado dentro da fábrica. Para a advogada, a realidade dos tempos atuais não é muito diferente, pois ainda existe muita discriminação. Ela salientou o grande número de mulheres que perdem seus empregos após a licença maternidade. Diante disso, o grupo criou o Projeto Madrinha, como forma de auxiliar estas profissionais a se recolocarem no mercado de trabalho.
A realidade apresentada pela ONU Mulher sobre a discriminação e o preconceito contra o sexo feminino foram apresentados pela gerente jurídica do Hospital Moinhos de Vento, Lia Beatriz Mesquita Leda. “Ainda se engatinha nos direitos e igualdades no nosso Universo”, advertiu. Ela lembrou a realização de uma pesquisa americana elaborada para entender porque apenas 5% das mulheres ocupavam cargos de chefia nas empresas. O resultado do trabalho apontou que “o gênero afeta na matriz de avaliação e no processo de contratação”. Quando a seleção para os cargos passou a ser feita sem a identificação de gênero, o índice de mulheres a ocupá-los cresceu para 25%.
Abrir mão da vida pessoal por uma carreira ainda é comum nos dias atuais. A política de inclusão foi o tema da coordenadora Jurídica da SBS Engenharia S/A, Carolina Job Brose. “As mulheres de hoje não querem mais fazer essas escolhas. Elas querem conciliar a vida profissional com a vida pessoal”, salientou.
Inspirada no livro Faça Acontecer, de Sheryl Sandberg, Ana Carolina Tavares Torres, gerente jurídica da Ferramentas Gerais avaliou a diferença nos critérios utilizados nas promoções, que via de regra, promovem o homem por se acreditar que ele possui potencial, enquanto a mulher é avaliada pelos resultados que ela apresenta.
Mulher: Vida e Direitos
O programa Mulher: Vida e Direitos foi lançado pelo governo do Estado em comemoração ao Dia da Mulher. Coordenado pelo Departamento de Política para Mulheres da Secretaria de Justiça e dos Direitos Humanos (SJDH), o programa tem entre as principais ações a criação do Fórum Estadual de Enfrentamento à Violência às Mulheres do Campo, da Floresta e das Águas e o fortalecimento da Rede Lilás. A diretora do Sindispge, Valquíria da Silva Maciel participou do evento no Palácio Piratini. A solenidade contou com a presença do vice-governador José Paulo Cairoli e da secretária de Políticas Sociais, primeira-dama do Estado, Maria Helena Sartori, secretário de Trabalho e Desenvolvimento Social, Miki Breier, entre outras autoridades.
O programa propõe o fortalecimento e a consolidação dos serviços de políticas públicas voltados ao enfrentamento, atendimento e prevenção à violência contra a mulher e, principalmente, a implantação e o fortalecimento das ações voltadas à promoção da autonomia da mulher como agente transformador e propulsor da sociedade.
“A principal meta desse programa é a expansão desse olhar contra a violência. Precisamos trabalhar naquela que é a mãe da violência física: a desigualdade de oportunidades, de direitos, de oferta de trabalho”, acrescentou o secretário de Justiça e dos Direitos Humanos, César Faccioli.
Durante a solenidade de lançamento do programa foram apresentados os novos parceiros que aderiram ao Rede Lilás: Grêmio Foot-ball Porto Alegrense, Sport Club Internacional, Tribunal de Contas do Estado, Ministério Público de Contas do Estado, Famurs, Fundação Theatro São Pedro e Orquestra de Câmara do Theatro São Pedro.
No mesmo ato ocorreu a assinatura de termo de parceria entre o governo do Estado, por meio da Secretaria do Trabalho e do Desenvolvimento Social, e o Instituto Lojas Renner para capacitação profissional de mulheres, que será realizada por 10 entidades já credenciadas.
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